terça-feira, 23 de março de 2021

#PNL2021: "Julho de 1969" - "O Homem na Lua"

Ficha Técnica:

Trabalho de ficção científica e vídeo "Julho de 1969" em animação de volumes ("Stop Motion") realizado por alunos do 8.ºA da EBI Gualdim Pais, sob a orientação da Professora de Físico-Química Lília Querido, da Equipa da BE, no âmbito do Projeto Ler+ Espaço, do Plano Nacional de Leitura 2027.

Tema escolhido: Exploração do Espaço.

Livros existentes na BE consultados ou lidos para a realização deste projeto:

A conquista do Espaço – Lorenzo, Pinna

Dicionário por imagens do Espaço – Piemont, Marie Renée

O Homem da Lua – Ungerer, Tomi

Produto digital publicado no Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=s5Mif9B9R3M 

#PNL2021


Texto de Ficção Científica:

O Homem na Lua 

No Início… Num Mundo desacreditado, onde toda a gente duvidava de que ele fosse capaz, um homem lutador e determinado, preparava-se para partir para uma aventura, fora do comum, desafiante, secreta e que punha este ser humano à prova a cada segundo. 

Antes de embarcarmos nesta história preciso de vos pedir uma coisa:

 Este homem não sabe que o estamos a acompanhar, por isso temos de estar bem caladinhos, para um dia mais tarde a podermos contar. 

Ainda não marcava as 4h30min da matina no relógio de cuco, já se ouvia o som das malas a fechar e o odor a nervosismo e excitação na casa do Sr. Martim, ou, como todos o chamavam, “Tintim dos sonhos”, pois a vila inteira achava que ele sonhava demasiado e que era escusado fazê-lo, uma vez que nunca iria conseguir concretizá-los. 

Martim já tinha deixado de dar ouvidos a essa gentinha, que só quer o seu próprio bem, e este dia foi a prova viva disso. 

Martim partia agora para uma grande aventura, a maior delas todas… A viagem à Lua. 

Como deves imaginar, a preparação para esta viagem não foi rápida, nem fácil, no entanto foi feita com muito empenho e dedicação. 

Era uma madrugada fresquinha de Primavera, Martim saía de casa com um sorriso de orelha a orelha e com o passo apressado, não que estivesse atrasado, simplesmente era muito cauteloso e gostava de estar no local combinado, no mínimo meia hora antes. 

Já passava das 05h00 da manhã quando Martim chegou ao local. Ali, já se encontravam o comandante e um senhor, cujo o nome desconheço, mas que parecia ter muita autoridade, e, cá entre nós, parecia impor muito respeitinho e ter um cargo muito importante. 

O comandante, Engenheiro Alberto Frank era um homem simples, de meia idade e de cabelos grisalhos que representavam largos anos de experiência em aeronaves. Ele e o Martim conheceram-se numa convenção de astronomia e física, quando Martim era apenas um entusiasta da área, e não um profissional apto para realizar viagens à Lua. 

Cruzaram olhares numa banca de ginjinhas que por lá havia, para matar a sede ao pessoal, porque, para vos ser sincera, este dois formam uma bela dupla, não pelo que estão a pensar porque eles só vão lá por causa do copinho de chocolate, são capazes de passar horas naquelas barraquinhas, mesmo que para isso tenham de beber aquele licorzinho até “rebentar”. 

Mas enfim, passando à frente… 

De seguida, depois de perceberem que se davam lindamente, tornaram-se amigos, e, mais tarde surgiu a oportunidade de Martim trabalhar com o Engenheiro. 

O Engenheiro Alberto Frank desenvolveu tanta confiança no Martim ao logo da sua especialização, que, depois de saber que tinha um grave problema de coração e que não poderia mais realizar viagens ao espaço, depositou a concretização da viagem à Lua no Martim. 

Seria um grande passo na carreira de Martim, principalmente porque irá realizá-la sozinho. 

À sua espera estava um foguetão enorme, cheio de botões e tecnologia avançada.

 O relógio contava 05:00 minutos para Martim descolar, apesar de ele já estar todo equipado e vestido a rigor. 

Sentado numa daquelas cadeiras brutais, que aquecem, arrefecem, sobem e descem, pôs-se a pensar em tudo o que o Engenheiro lhe ensinara, e assim passaram 04:30 minutos, os 04:30 mais pensativos e nostálgicos de sempre. 

Nos 30 segundos restantes fez aquela cara que normalmente as pessoas das novelas fazem quando se apercebem que se esqueceram de alguma coisa, e, que por sua vez isso vai ter uma consequência mesmo má, sabem? Vocês conhecem-na bem! 

Começou a notar um ligeiro desconforto na bexiga, sinal de que a casa de banho chamava por ele! Nesse mesmo momento, encerrou-se no crânio e percebeu que nunca tinham referido a forma como as pessoas iam à casa de banho num foguetão a caminho do espaço. 

Todavia, no instante em que acordou para a vida já o comandante e o senhor cujo nome desconheço, tinham dito o número 0 e posto o foguetão em direção à Lua. 

Quatro dias haviam passado, e poucas horas faltavam para Martim deixar uma grande pegada em solo Lunar. 

Estava muito expectante e tinha milhões de perguntas e ideias a fermentar dentro da cabeça. Para além de se perguntar como é que seria o cheiro da Lua, estava também a questionar-se onde raio estaria o garrafão do xixi!? 

Nesse mesmo instante ocorreu uma pequena turbulência e Martim caiu em cima de um comando que lá estava, ao cair, carregou num botão grande e vermelho que abriu uma passagem com duas portas de onde saiu uma espécie de vapor de água. Depois de alguns segundos ofuscado pelo fumo, Martim piscou os olhos e visualizou uma casa de banho enorme, que mais parecia uma suíte presidencial de tão grande que era. 

Não queria acreditar no que estava a ver e estava com uma certa dificuldade em perceber se aquilo era mesmo realidade ou se simplesmente estava a ter uma daquelas alucinações estranhas. 

Na verdade, aquilo era mesmo real, e quando Martim percebeu isso, ficou bastante chateado consigo mesmo, porém rapidamente ultrapassou esse mau humor, quando começou a ver a atmosfera da Lua a ficar cada vez mais próxima. 

Faltava meia hora para Martim flutuar no espaço, e ele não podia estar mais ansioso por experimentar os efeitos daquele grande fato branco que tanto trabalho lhe deu a vestir. 

Largos minutos se passaram, entretanto ergueu-se e disse: 

- Ahhh! A bandeira! 

É claro, a grande marca da Humanidade!! 

Tinha de a ir preparar. 

Colocou a haste, apertou um botão aqui, uma fivela acolá, e…feito! 

O foguetão aterrou… 

Martim, com um ar assustado, permaneceu 5 s imóvel e sereno…depois, deu um salto e saiu de rompante, porta fora… 

Neste dia, espetou a bandeira e provou a toda aquela gentinha da vila, que, para concretizarmos os nossos sonhos, mais que trabalhar, é preciso acreditar que é possível, se quisermos muito.

 “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a Humanidade!”

 FIM